quinta-feira, 30 de junho de 2011

XVIII Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso

A XVIII edição do FIGST chegou ao fim e deixou saudades. Tal como em anteriores oportunidades, o Festival consolidou a sua imagem de qualidade - ainda que com a aplicação dos cortes anunciados para a realização da edição de 2011.
O magnífico desempenho dos músicos convidados, aliado a uma experiente organização, permitiram realizar concertos memoráveis sob o tema dos compositores guitarristas.
Apresentando a música do seu último CD, Hey Uwe, Hey Joe, inspiradas peças e improvisações do duo Kropinski e Sachse deliciaram o público do Auditório Padre Vieira no concerto de Abertura. A complexa linguagem das peças não foi impedimento para uma comunicação intensa e fluida com o auditório.
No segundo concerto, o duo português Peres-Marques interpretou com eficiência obras de compositores Portugueses contemporâneos. Com excepção dos Itinerários de Fernando Lapa, todas as composições são de escrita muito recente.
O guitarrista sueco Johannes Möller deslumbrou com um programa que combinou obras da sua autoria com peças emblemáticas do repertório da guitarra clássica. Um intérprete de grande sensibilidade e refinamento musical.
Durante esse fim-de-semana, também Andrew York realizou uma master-class no Museu Municipal Abade Pedrosa e um brilhante concerto centrado nas suas próprias obras, que teve lugar no Auditório do Centro Cultural de Vila das Aves, sala esta que brinda excelentes condições técnicas e acústicas para a guitarra clássica.
O checo Pavel Steidl foi a grande surpresa para o público da Biblioteca Municipal – com o seu virtuosismo e uma musicalidade sem paralelo, realizou um concerto extraordinário. Apresentou um repertório invulgar com peças de Coste e Paganini, entre outros. De destacar ainda, a “acrobática” interpretação da obra de Carlo Domeniconi “Homenagem a Jimmi Hendrix”.
O concerto de encerramento, a cargo do francês Pierre Bensusan, foi outro grande momento que encantou a superlotada sala do Auditório da Biblioteca Municipal. A experiencia de trinta e cinco anos de carreira e a apresentação de Vividly fecharam o Festival com chave de ouro.
Ao longo de dezoito anos, o Festival tem conseguido consolidar um projecto único em Portugal, que com uma programação imaginativa tem vindo a ultrapassar as crescentes dificuldades económicas dos últimos anos, mantendo os padrões de qualidade musical definidos desde a primeira edição.
Para além dos muitos melómanos que habitualmente enchem as salas do FIGST, é também de salientar a presença de muitos jovens e de novos guitarristas de todo o país que seguem atentos este evento, testemunho da popularidade que o instrumento tem adquirido nos últimos anos em Portugal.